Goleiro que viveu tragédia familiar em Macaé, troca Corinthians pelo rival Palmeiras

Carlos Miguel que recentemente substituiu Cassio ídolo do Timão, volta da Europa para jogar no rival Verdão

Carlos Migue na época de Boa Esporte — Foto: Mário Purificação/Boa Esporte

Da redação do ESPORTE PRESS BRASIL

A negociação entre Palmeiras e Nottingham Forest pelo goleiro Carlos Miguel segue mantida. O acordo prevê a venda do jogador ao Verdão, e a troca de documentos deve oficializar o negócio nos próximos dias.

Mesmo após a repercussão de um vídeo antigo em que o atleta “zoa” o Palmeiras, a diretoria não cogitou desistir da contratação. Internamente, o clube mantém a convicção de que Carlos Miguel tem potencial para assumir a titularidade no futuro e será peça importante no elenco alviverde.

 

Nascido em 1998 e natural da cidade de Rio das Ostras, interior do estado do Rio de Janeiro, Carlos Miguel tem atualmente 27 anos de idade.

Com passagens nas categorias de base do Flamengo e Internacional.

Em 2018, teve muito destaque na Copa São Paulo de Futebol Júnior – o Inter caiu na semifinal. Subiu ao profissional, jogou nos aspirantes e, em 2020, o atleta 2019 acabou emprestado ao Santa Cruz (PE), como objetivo de jogar aquela temporada.

Em 2021, foi cedido ao Boa Esporte para disputar o Campeonato Mineiro, mas a equipe foi rebaixada para o Módulo II do Mineiro.

Aos 22 anos, ele foi apresentado ao Corinthians e na sequência, substituiu o ídolo de Parque São Jorge Cássio. Apontado como o mais alto do Brasil na posição, o jogador de 2,04 metros assinou até o fim de 2023. Mas ficou pouco no Timão, e acabou sendo negociado com o Nottingham Forest da Inglaterra. Sem muito sucesso na Premier League, aonde não consegue atuar e é o segundo goleiro da equipe.

 

Do Timão ao Verdão

Palmeiras esta acertando a compra do ex- goleiro do Corinthians, que em 2023 ficou marcado cantando e dançando em vídeo gravado em Búzios.

“O Palmeiras não tem Mundial; o Palmeiras não tem Mundial; não tem Copinha não tem Mundial. O Palmeiras não tem Mundial; o Palmeiras não tem Mundial; não tem Copinha não tem Mundial.”

O refrão foi repetido varias vezes. O dia era 11 de dezembro de 2023.

Foto divulgação:Corinthians

 

No meio do caminho do futebol, uma tragédia familiar

Carlos Miguel resolveu seguir e repetir os passos do pai, José Cláudio Zaquieu Pereira, que foi goleiro do Botafogo nos anos 70.

José Cláudio, pai do goleiro Carlos Miguel, pelo Botafogo nos anos 70 — Foto: Arquivo pessoal

 

Porém aos sete anos, quando vivia em Macaé, no Rio de Janeiro, ele teve os pais executados por bandidos que invadiram a casa da família. Ele e o irmão mais velho escaparam ao se esconderem no quarto, mas sempre conviveram com o medo de que um dia os assassinos poderiam voltar.

Segundo informações da família e de pessoas próximas ao goleiro, ninguém jamais foi preso, e o crime nunca foi solucionado. Mas especula-se que a execução da família (inclusive das crianças) tenha sido encomendada por desafetos. Algo que sempre gerou insegurança em Carlos Miguel e no irmão.

O episódio provocou traumas e dificuldades de relacionamento para Carlos Miguel ao longo de toda a juventude e exigiu, nos últimos anos, um acompanhamento com um psicólogo.

Na infância traumática, o que dava a Carlos Miguel a motivação para mudar sua história era o futebol. Desde sempre uma criança grande, adotou a função de goleiro.

Com a ausência dos pais, os garotos foram criados pelas tias Ana Cláudia e Ana Maria e pela avó Maria Aparecida, em Cardoso Moreira, a 330 quilômetros da capital fluminense.

O irmão José Cláudio, dois anos mais velho, também tentou a carreira de goleiro, passando pela base de Vasco e Fluminense, mas desistiu do futebol.

Carlos Miguel deu o primeiro salto na carreira ao passar num teste no Flamengo. Identificado como bom valor, foi levado para a base da Gávea, onde ficou por um ano com uma geração que tinha nomes como Vinícius Júnior, hoje no Real Madrid.

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